quarta-feira, 7 de maio de 2008

Vagem...



Vagem com as suas duas fendas longitudinais

Abre-se em duas margens

Convida a parte mais intima,

possuir os sentidos do corpo,

a lançar em voz alta

o calor do prazer aguçado na carne,

a mais perfeita incisão ritmada


Deleita-se na luxúria dos olhares,

no movimento profundo do toque,

na inclinação de um sexo pelo outro,

no vício dominador de um propósito

lançado no vaso dela

as sementes, os grãos, o fruto

próprio para a reprodução


É carne , é sangue , é o calor

que irradia, deixando erecto

a percepção visual do amor

É em si a explosão de cor,

combinações de dois frutos

exprimidos pelo acto do prazer,

do sexo, do delírio… de um orgasmo

:)

Jade


Autor da fotografia: KAZUO OKUBO

3 comentários:

Pedro M disse...

mmm... Jade, escolhes tão bem as imagens como as palavras :-) Senti um arrepio invadir-me ao ler o teu poema. Recordei o calor húmido da vagem que se abre recebendo-me, apertando-me e acariciando-me. Recordei a suavidade dos lábios que tocam nos meus. Imaginei o amplexo do prazer... irrepetível... sempre diferente...

Um beijo

Auréola Branca disse...

Estimulante...
Abraços.

Unknown disse...

Perfeita descrição... Muito bom!